quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Diário da Campus Party 03 - algumas anotações

 Algumas questões de estrutura:

-A internet não teve muitos problemas de instabilidade desde a tarde de terça. Como eu não estou baixando a pia da cozinha (a gente tem uma conexão boa em casa e no cotidiano baixamos muita coisa, então downloads não são exatamente uma preocupação nesse momento), não posso reclamar. Cada pessoa pode se cadastrar e pegar duas senhas para a internet wi-fi. No notebook ela funcionou muito bem e eu tenho aproveitado enquanto estou nas palestras, por exemplo. No celular me deu mais trabalho fazer ela funcionar.

- São paulo tem uma carência crônica de espaços de convenções adequados. Estamos no melhor que é possível, o Anhembi, mas o calor é intenso, pombos e insetos apareceram dentro do pavilhão (hoje não vi nenhum, acho que assustamos eles enfim), e o ruído dos exaustores é bem marcante. Se você não gosta de dormir com ruído branco, aconselho trazer protetores de ouvido.

-O espaço para as startups é bem legal, vale a pena ver o que as pessoas estão fazendo. Mas a parte da Open Campus ano passado era mais interessante, com muito mais variedade de coisas rolando.

-Achei que as cadeiras iam ser desconfortáveis depois de dias sentada nelas por horas, mas até agora tirando o ombro que eu zoei dormindo em má posição no sofá (e curei com spray de anti-inflamatório como se o mundo fosse acabar em aerosol), está bem confortável.

-O clima forma geral é muito amistoso, e fica uma sensação engraçada de "eu acho que conehço você", seja porque se viu em outros eventos ou simplesmente porque o código visual que definiria o normatizado aqui não é o mesmo lá de fora.

(Quase) Diário da Campus Party BR 02 - Um resumo de terça feira até aqui.

Então, quanta coisa. O beagle noticiário vai durar pelo menos uma semana a mais do que a duração da Campus, porque para falar de cada palestra que eu assisti, mais sobre tudo que vi/fiz/conversei, vai precisar de muita postagem.

Primeiro, uma das coisas é que eu estou falando com muita gente. É incrível como você conhece pessoas, conversa, se anima com projetos, discute possibilidades filosóficas. De colegas professores da arte de outros Estados a gente que frequentava o mesmo fórum gótico lá nos anos 90 (e as mesmas baladas), até as ricas conversas com os palestrantes no fim das discussões.

Eu decidi falar das palestras em posts específicos, assim também posso complementar com mais informações, e fazer um resumo geral das coisas até aqui com relação ao ambiente da CP.

A cada dia, as pessoas ficam acordadas até mais tarde em maiores quantidades aqui na Arena. De gente jogando ping pong ou praticando lançamentos de futebol americano aos que se agrupam para tocar violão e cantar pela madrugada, os gamers em suas máquinas, outros com consoles (Just Dance é uma das preferências de um bocado de gente aqui)o pessoal trabalhando com produção de conteúdo ou programando, cada noite a ação na arena vai ficando mais intensa e até mais tarde.

Hoje, 2:25 da manhã, a arena está tão animada agora quanto estava às 8 da noite. E mais barulhenta porque está rolando música em um dos palcos e o pessoal está lá dançando.

Ao meu lado, o pessoal dos casemods está mexendo nas máquinas. É um pessoal muito acessível (os que eu conversei), e muito dispostos a ajudar. Eu gostaria de ano que vem estar com o meu casemod aqui, pronto e funcional. Quero uma máquina steampunk, com referências da Máquina Babbage e homenageando Lady Ada Lovelace.

Uma das coisas que me apaixonam neste espaço é ver a quantidade de pessoas produzindo. Nos últimos minutos, dando uma volta, encontrei pessoas testando drones modificados, criando efeitos visuais em cubos formados por leds, podcasts e videocasts sendo gravados.

Agora está um pouco difícil de escrever muito, porque o cansaço é intenso. Dormir é o que tenho menos feito, e o excesso de informação cansa um tanto.

Estou muito contente de estar aqui, e o mundo do dia a dia vai ser meio desértico nas próximas semanas até eu voltar a me acostumar.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Diário da Campus Party BR 01 - Primeiro dia, primeira noite

Resumo do primeiro dia, escrito agora, à meia noite e meia, enquanto espero a internet da bancada voltar. Parece que pela arena inteira estão rolando instabilidades na rede, mas só agora chegou aqui.

Estou na área dos games, perto dos case mods.

A segunda feira é o dia da chegada. Os palcos ainda não tem nenhuma programação, e a Open Campus ainda estava em processo de montagem. Mas durante todo o dia as pessoas foram chegando e ocupando espaço nas bancadas da arena. E você vai descobrindo que precisa testar os cabos de rede porque nem todos funcionam direito, relembra que são previstas 8 mil pessoas e que nem todo mundo é a Dorothy, conversa com gente de metade do país enquanto sai para fumar um cigarro, bebe café feito doido porque a 3 Corações está distribuindo, e começa a se adaptar ao ambiente.

(O técnico veio aqui consertar a rede. Gente finíssima, explicou que estão com problemas para configurar a rede e que eles, que cuidam do hardware, estão ficando quase doidos com isso. Mas não posso reclamar, aqui na minha bancada ele cosneguiu rapidinho resolver, mas parece que tem mesas que estão o dia inteiro caindo por conta disso)

Por enquanto, o que dizer? As pessoas estão chegando e se ajeitando, e o ruído de fundo é um murmúrio de conversas constante, que depois de um tempo você interpreta como se fosse silêncio, rs. As pessoas pelo menos aqui onde estou estão animadas e a noite está gostosa.

Algumas bancadas já são facilmente identificadas pelas bandeiras e banners que o pessoal foi colocando. Alguns dos case mods são verdadeiras esculturas. Existe um clima de camaradagem, de ajuda mútua, mesmo entre desconhecidos, o que é muito legal.

Entre as coisas que valem a anotação do dia de hoje:

-fizeram um grupo no whatsapp para fumantes, para o pessoal que não está com amigos que fumam não precisar fumar sozinho. É bonitíssimo, a nicotina unindo as pessoas, rs.

-não existe fronteira entre virtual e físico. Estou conectada ao grupo no facebook, ao twitter, instagram, e com isso me mantenho informada do que está a minha volta. Ao mesmo tempo que, daqui de onde estou na bancada, acompanho o pessoal assistindo Sharknado, vejo o filme de rabo de olho e como pipoca, dou risada do que postam no twitter e presto mais atenção no que está rolando lá. As coisas acontecem nos dois mundos de forma simultânea, do jeitinho que eu quero explicar na dissertação.

-tem muitas, muitas mulheres na arena, mas aquele machismo subliminar da nossa sociedade, como sempre, se faz presente. Mas somos muitas, o que já me deixa feliz. Inclusive, vamos ter um encontro das feministas nerds, se houver mais alguma perdida por ai…


-surreal, mas o clima de camping selvagem se completa com a presença de muitos pernilongos.

Bom, como a internet voltou e estão chamando para um cigarro, eu fico por aqui. Amanhã tem mais beagle noticiário.

__________________________

Sobre a madrugada:

Até as três, quatro, a coisa ainda tinha mais movimento. Ai o cansaço da chegada parece ter batido e tudo ficou muito silencioso. Dormi no sofá, esqueci minha blusa e passei um pouco de frio, mas numa boa.

A internet ainda está bem instável, mas agora consegui fazer funcionar o wifi feliz no notebook e as coisas estão funcionando. Daqui uma hora começa a primeira oficina que pretendo participar. Mais tarde volto para contar.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Diário da Campus Party BR 00- Porque estou aqui?

Eu quero tentar o mestrado esse ano. Tentei ano passado, mas soube 15 dias antes de fechar a entrega do pré projeto e da data da prova. Fiz correndo para testar e bom, tenho uns meses para me preparar agora para a próxima inscrição. E eu quero falar de cultura digital, e de como eu enxergo os processos criativos da cultura digital.

Cultura é um negócio vivo. Uma coisa que as vezes você consegue ver acontecer. Foi assim quando comecei a jogar RPG e quando encontrei os fandoms. Olhei aquilo e putz, é isso, estamos criando cultura, essas pessoas estão criando cultura (e eu quero fazer parte disso). Todos somos agentes criativos imersos em processos de produção cultural. Já não dá mais para pensar em "mundo real" quando falamos de mundo físico. Porque o virtual é muito real, e físico e virtual são duas coisas que se misturam. (estou procurando uma palavra melhor do que virtual tbm)

Por isso eu decidi pesquisar a produção cultural dentro de um espaço onde essa fisicalidade do virtual é a regra. A arena da Campus Party Brasil. Este é meu primeiro ano como campuseira, passando a semana toda no evento. Por três anos eu vim no sábado e passei um dia aqui dentro, e me apaixonei pelo que vi.

Ano passado, em 45 minutos de observação, registrei quase uma centena de manifestações estéticas. Pessoas que, conscientes disso ou não, estavam produzindo experiências visuais. Sim, porque o jeito como você demarca seu espaço ou manifesta sua identidade também são expressões culturais.

Então eu vim aqui ver palestras e me divertir, mas também estou para observar as pessoas, as possibilidades, tentar entender os processos. Atenta para a produção criativa que a gente respira nesse espaço.

Mas eu não penso pesquisa daquele jeito, pesquisador de um lado, pesquisado do outro. Eu trabalho com o conceito de que estamos todos nessa e pensamos a coisa toda juntos.

Então eu também estou aqui, com meus chapéus engraçados, minha oncinha de pelúcia, e post its - porque o recado adesivo é amigo da arte de guerrilha.

Eu quero conversar com as pessoas. Quero saber como elas entendem o processo. Qual o significado que cada um de nós atribui para sua estadia aqui? Aquilo que a gente cria, a gente tem noção do tamanho?

Hoje, estou chegando. Sentei aqui, abri o notebook, e tou dando uma olhada aleatória na vida. A programação abre esta noite. Dez e meia da manhã eu já tenho anotada uma oficina que quero participar. As pessoas estão chegando, se ajeitando, ocupando o espaço.

De certo modo, é ver uma Zona Autônoma Temporária tomando sua forma.


sábado, 25 de janeiro de 2014

Meme - 10 livros que me marcaram

Eu fui taggeada pela Helena, a Lórien, a Sílvia e a Paty no Facebook para fazer esse meme. Mas eu tenho o firme objetivo de postar coisas que valem a pena nos blogs, e não lá no livrocara que no fim das contas devora tudo e tchau tchau, nunca mais você encontra o que escreveu. Então, aqui vai.

"A brincadeira consiste em fazer uma lista com os 10 livros (ficção ou não-ficção) que tenham me marcado. A ideia não é gastar muito tempo, nem pensar muito. Não precisam ser grandes obras, apenas que tenham sido importantes pra mim."

Em primeiro lugar eu preciso dizer que escolher dez livros só é uma tremenda escolha de Sofia.

Eu tenho uma relação com a leitura de um viciado em drogas. Eu preciso ler, e não tenho escrúpulo ou medida. Eu leio o que cair na minha mão, seja bom, ruim ou mérdio. Eu preciso manter o olho em movimento pelas páginas e nem de longe faço isso da forma assim, mais saudável. Sou do tipo que fica sem dormir para terminar de ler, que deixa de lado obrigações porque "faltam só mais 15 páginas".

Mas ok, vou parar de enrolar e escrever minha lista. Não é em ordem de importância e esses nem são "os que me marcaram mais", só livros que marcaram de algum modo, e que hoje eu me lembrei. Amanhã a lista poderia ser diferente.

1-O Ouro de Manoa, Jeronymo Monteiro
Ler esse livro me botou numa trilha de que nunca mais sai. Li incontáveis vezes. De repente eu descobri o tipo de literatura que queria ter pra sempre perto de mim.

2-O Despertar dos Mágicos,  Louis Pauwels e Jacques Bergier
Como explicar? Ler esse livro explodiu minha cabeça e de brinde me apresentou Borges. Descobri o realismo fantástico e descobri que a realidade é fantástica... 

3-O Apanhador no Campo de Centeio, J. D. Salinger
 Li adolescente. Odiei. Ficando repassando as cenas na minha mente, obcessivamente. Não cometi nenhum assassinato, mas li na época certa em que se deve ler e tive aquele efeito de ter um diapazão vibrando na alma, de afinar meu eu e o mundo.

4-Neuromancer, Willian Gibson
Ah cara, o que dizer. Essa coisa povoa meus sonhos e meus pesadelos, do dia em que eu li até hoje.

5-O senhor dos Anéis, Professor J. R. R. Tolkien
O mundo se divide em dois: as pessoas que já leram Senhor dos Anéis, e as pessoas que não leram Senhor dos Anéis. (e sim, reli umas dezenas de vezes)

6- Série Harry Potter, J. K. Rowlings
Fica difícil explicar o que significa esperar o lançamento de um livro como quem espera uma nova temporada de um seriado que ama muito, ou o próximo capítulo de uma novela. Mais do que os livros em si, o que me marcou foi estar irmanada naquela sensação de ansiedade, de espera, de pegar o livro no dia do lançamento e devorar as páginas. Chorei feio no último livro, desde a primeira página, por saber que era o fim e nunca mais sentiria igual.

7-Crônicas do Mundo Emerso, Licia Troisi
De repente, além de ter uma protagonista mulher, guerreira e um personagem de suporte masculino, eu percebi algo fantástico: eu não precisava ser o Professor para escrever. Eu não precisava escrever de forma perfeita e plena de beatitude. Eu posso só contar uma história. E desde então, escrevi com muito mais coragem e desprendimento.

8-Sidarta, Herman Hesse
Li Sidarta em um grupo de estudo de literatura. Mas o mais marcante é que meu filho, então recém nascido, precisava da minha atenção então eu li o livro inteiro em voz alta para ele. Foi o primeiro livro que li para para o Arauto do Caos, e ter sido Herman Hesse foi muito especial.

9-Histórias Fantásticas, Bioy Casares
 Eu amava Borges, e até então, Bioy era pra mim "o amigo do Borges". Então eu li seus contos e minha mente explodiu em pedacinhos e eu descobri que consigo amar Bioy ainda mais do que eu amava Borges (e isso é muito, mesmo). Aquela sensação de "ai caralha, eu quero ser esse cara quando eu crescer".

10-Trilogia Segredos do Poder (Shadowrun), Robert N. Charrette

Me abriu pro mundo dos livros feitos a partir de cenários de RPG e seriados, que hoje são umas dezenas de livros em papel jornal e capa mole na minha estante, de Arquivo X a Star Trek, passando por Star Wars e Dragonlance, e me fez ficar irremediavelmente apaixonada por Shadowrun (que considero o cenário de RPG mais incrivelmente incrível da existência). Personagens cativantes, cenário apresentado de um jeito que não te sobrecarrega, zona de moralidade cinzenta, e uma aventura que é ao mesmo tempo boba e épica.

Óbvio que já tenho aqui na minha mente mais umas duas dúzias de livros marcantes. Que, bons ou ruins, são importantes para minha história. Mas a gente fica com esses dez hoje, e quem sabe outro dia eu coloco outros. 
 


Eu deveria marcar 10 pessoas, mas vou deixar livre aqui para quem quiser pegar e fazer... nos blogs, nos facebooks, nos twitters, onde for.

Red Dead Redemption

Eu fiquei alguns dias sem acesso ao computador. Poderia fazer toda uma fábula moral aqui sobre como é bonito ver o mundo lá fora e aproveitar a vida sem acesso a internet. Ou posso não mentir e assumir que sentei na frente do PS3 e usei a pilha de jogos que estavam esperando eu sentar e jogar para passar o tempo.

Na verdade, terminei passando meu tempo todo com um único jogo. Red Dead Redemption. Dizer que Red Dead é GTA no velho oeste não é justo. Sim, ele usa a engine do GTA. Mas em primeiro lugar, você pode ser um dos "caras bons" (em um padrão bang bang de cara bom). O jogo não favorece muito se você escolher como caminho não ter honra: as pessoas atiram em você na rua, se você fizer o tipo de coisa que seria usual em GTA.

Eu diria que Red Dead é quase um jogo de horror. Boa parte das missões são tétricas. Algumas cenas são de arrepiar a nuca. Foi feita uma pesquisa muito boa sobre a época do jogo, mas foi uma pesquisa que se referenciou nos aspectos mais sombrios. Com canibais escondidos nas montanhas, altas taxas de suicídio, assassinatos cruéis, gente maluca cometendo crimes, ladrões de túmulos e corrupção.

Nunca espere o melhor: sempre espere que as coisas vão piorar. Sério. Tou até agora esperando a "redemption" do título. (sim, eu leio spoilers, sim, eu já vi outra pessoa jogando, não isso não tira a graça porque o jogo é MUITO rico em detalhes).  

Acho bacana o mundo aberto, as side quests e missões aleatórias, e como você pode decidir que hoje vai brincar de ser caçador ou gastar horas caçando bandidos, e fazer devagarzinho as missões que jogam a história para frente. Ficar distraído com cenários, os pequenos mistérios e o cuidado que eles tiveram em desenhar mesmo coisas que não tem conexão nenhuma com a história e que só estão lá para enriquecer o visual.

E o personagem principal é muito cativante. Merecia livro, sabe. Dá para jogar como quem assiste um filme ou lê um livro, ficando fascinado por personagens e pela história.

Teria algumas críticas aqui e ali, mas forma geral, não estou afim. Os pontos positivos superam.

E é isso. Agora vou sair da frente do pc e voltar para o jogo...




segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Numenera - Primeiras impressões - criação de personagem

Sábado testamos o Numenera. O jogo foi produzido a partir de um quick starter que aconteceu em 2012 (infelizmente antes de eu aprender a brincar desse negócio), e lançado em Agosto do ano passado. Nesse quickstarter, o lindo do Monte Cook, autor do jogo e velho conhecido que quem curte RPG de mesa, pediu 20 mil obamas para produzir o sistema e as pessoas acharam tudo tão legal que ele conseguiu 517 mil e uns quebrados.

O cenário é science fantasy, e tem como premissa a terceira lei de Arthur C. Clarke:

"Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de magia."

 Então, em Numenera, nós estamos um bilhão de anos no futuro, no que chamam de Nono Mundo - já que oito civilizações - aeons- eras - mundos já aconteceram antes. (não preciso dizer que como fanática por Shadowrun esse título de Nono Mundo já me cativou na hora, mesmo que não haja relação).

No momento do jogo, o nível tecnológico é medieval. Mas os restos das civilizações anteriores estão por todos os lados: ferramentas avançadas, sistemas de comunicação, transporte, defesas e armas. Mas também monstruosidades geneticamente modificadas, radiação, criaturas alienígenas, nuvens de nano robôs destrutivos...


Esses restos tecnológicos são os numeneras que dão nome ao jogo. E eles se dividem entre: 

Cyphers - pedacinhos úteis de tecnologia

Artifacts- Ferramentas e armas completas e funcionais
Oddities - Coisas curiosas que não tem lá muita utilidade
Discoveries - Construções e estruturas antigas


Então imagine um cenário medieval onde a magia na verdade é tecnológica, e muitos efeitos fantásticos são produzidos por mecanismos de todo tipo. Onde entre as florestas e montanhas cheias de árvores um obelisco voador ou uma máquina do tamanho de uma cidade pode estar esperando. 



Mas o que eu achei simplesmente fantástico foi a criação de personagem. Os puristas que querem regras extremamente detalhadas talvez surtem, mas para mim que gosta da ideia de sistemas que valorizam um tom meio cinematográfico/cartunesco, é uma lindeza só. 






Você faz sua ficha em dez minutos.

A base do seu personagem é uma frase. Isso mesmo, uma frase.

"I am a __________ __________ who _________s."

Eu sou um_______________ _______________ que _________________."
O primeiro espaço na frase é um adjetivo que você escolhe em uma lista, e é seu descritor (descriptor).

O segundo espaço na frase é um substantivo, que é seu tipo (type), o equivalente a classe de personagem.
Existem só 3 types, mas te garanto que você não precisa de mais. A pontuação inicial dos atributos é definida pelo seu type.

O terceiro espaço é o "verbo" (na verdade minha capacidade de análise morfológica não está funcional nessa hora da madrugada, mas tem um nome para isso, que é uma oraçãozinha na verdade), que é seu focus.
Você também escolhe seu focus de uma lista.

Você distribui 6 pontos de atributos (também são só três atributos).

Cada uma dessas três coisas te dá as características do personagem, habilidades que ele tem, skills. Depois disso, regras adicionais se você quiser ser um mutante ou alienígena podem dar um extra. Pode escolher um defeito para ter mais uns pontinhos.

E pronto, acabou. Personagem pronto.


a ficha de personagem é muito linda... e relativamente prática


Esses três types, que óbvio a gente fica se referendo como classe porque pra que usar a nomenclatura certa do cenário né, são Glaive, que é um guerreiro - especialista em combate, Nano, que é o mago, o cara que usa numenera para fazer esoteries, que são efeitos quasi-mágicos, e Jack, que vem de jack-of-all-trades, o faz tudo, nem tão manjador de usar os numenera quanto um nano, nem tão pronto pro combate quanto um glaive, mas sempre sacando de tudo um pouco.



E o grande lance é que quando você combina isso com os descriptors e os focus, você tem uma variedade possível de personagens quase imbatível.


Achei alguns focus meio desbalançados: alguns te dão vantagens muito visíveis quando comparados com outros, mas nada que não te deixe ainda cheio de possibilidades para escolher.De ser um lobisomem até ser um líder carismático ou ter habilidades com máquinas.

Outra coisa que achei interessante é que seu focus também te dá uma conexão com outro jogador. Cada focus exige que você escolha um outro personagem jogador para ser essa conexão, que vai ter um efeito na dinâmica do grupo. Pode ser algo interpretativo ou pode mexer na mecânica do sistema.


Os pontos de dano também tem uma estrutura bem diferente. Lembra que tem três atributos?

São Might, Speed e Intelect. Você tem um edge e um pool para cada um. Seu edge é o valor total do atributo, como você usa ele para testar coisas. E quando você toma dano,é no pool do atributo adequado que esse dano vai. Siiiiiim, seus pontos de vida são seus atributos.


Você também pode voluntariamente tomar dano para:
 fazer um effort um esforço heróico que te dá uma vantagem na rolagem de dados,
ou para ativar uma habilidade.


Claro que eu poderia falar mais algumas horas sobre a dinâmica do jogo - que tem umas coisas muito legais e uns pontos que valem uma discussão. Então, esperem mais postagens falando de outras características desse RPG - como o fato de que os jogadores fazem as rolagens todas, e o mestre não faz rolagens - exceto por eventuais rolagens opcionais, só precisa se concentrar em contar a história.Afinal, isso está ficando longo e são seis da manhã - e eu preciso dormir alguma hora.


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Campus Party Brasil 7 - contagem regressiva

Difícil não ficar ansiosa com a única viagem que vou fazer em janeiro. Embora tecnicamente esteja só indo até a cidade vizinha, a CP é um evento de imersão: as pessoas acampam por uma semana lá. Então é uma viagem. Tem palestras fantásticas sobre temas variados de tecnologia e cultura digital. Tem um monte de encontros e acontecimentos extra oficiais. Pense em um evento nerd com quase 8000 pessoas com seus computadores e suas ideias e você tem uma noção do que é o lugar.

Eu acho um pouco complicado explicar minha empolgação. Nas últimas três Campus, eu fui pra lá e passei um dia no evento. Não cheguei nem a levar minha máquina, usei a de um amigo que estava lá. E assisti todas as palestras que pude fazer caber em um dia. E fotografei uma exorbitância de coisas.

E foi assim que decidi que meu mestrado tem que falar sobre isso. Sobre a arena da cpbr e sobre as coisas que acontecem ali em temros de criação artística cultural.

Não passei (ainda) no mestrado. Talvez por ter me inscrito no último dia e feito a prova duas semanas depois sem nenhum preparo para isso =P.  Mas esse ano quero ter um material mais coeso para apresentar. O que inclui tudo que eu puder anotar e fotografar e registrar esse ano na minha ida para lá. Quero escrever um artigo sobre isso, quero expor o que eu acho fantástico dali: pessoas criando cultura, in loco, em um lugar onde as fronteiras do que é o mundo virtual e o mundo físico são muito mais borradas.

As vezes, a gente esquece que aqui, o mundo virtual, também é parte do mundo real. É no mundo físico que produzimos os conteúdos que formam a rede. São pessoas que estão atrás de seus cyberdecks computadores criando essa coisa toda. Que do layout pré programado que eu usei para fazer esse blog até o programa mais obscuro, mulheres e homens digitaram e digitalizaram tudo isso.

Cybercultura é um negócio lindo, porque é a nossa forma de expressão e também pode ser nossa forma de transcendência cotidiana.

Então, lá vou eu no dia 27 para a CPBR e esperem uma acumulação de coisas sendo postadas por aqui.

É um pouquinho assustador. Não consegui camping então vou na cara e na coragem. Não sei muito bem o que eu deveria levar. Tudo que eu tenho são tentativas de encontros e uma lista bem grande de palestras que quero ver.

Mas é muito bonito ver as coisas acontecerem. É muito bonito estar ali, fazendo coisas acontecerem.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

RPG e aprendizados

Kira, personagem icônica de Pathfinder
O RPG é a única constante da minha vida desde os 13 anos de idade. Tudo o mais já apareceu, sumiu, transmutou. O RPG permanece. E porque o RPG é essa coisa tão fantástica?

Caso alguém chegue aqui sem saber o que é RPG, além de reeducação postural global e rocket propulsion grenade, eu estou falando de "pen and paper" ou RPG de mesa, Role Playing Game, Jogo de Interpretação de Papéis.

Um bando de gente em volta de uma mesa (na verdade aqui nós jogamos nos sofás da varanda), fazendo improvisação teatral a partir de planilhas com os pontos fortes e fracos dos personagens criados, vivendo histórias em outros mundos dos mais variados temas.

Acho que o mais bacana do jogo é ser cooperativo e de criação coletiva. Quando seu tanker se arremessa contra o boss e toma tiro até na alma para que o coleguinha derrube ele e salve o mundo, você sabe que aprendeu alguma coisa. O jogo é muito didático, e do melhor jeito: sem ter a menor intenção disso.

Não adianta: as coisas que a gente aprende de verdade são as que vem com a experiência. Seja a experiência vivida ou a compartilhada, muito mais eficiente do que explicar algo é vivenciar.

Nas minhas mesas de jogo adolescentes, colocávamos em pauta todos os assuntos que nos assustavam. Aborto, gravidez indesejada, consumo abusivo de drogas e álcool, miséria, da morte do cachorro à opressão dos trabalhadores e a luta de classes, tudo passou por rodadas de refrigerante barato, pipoca e risadas nervosas, sem a menor intenção moral ou didática. Era simples: eu era narradora de Vampiro, que trabalha com "horror pessoal". É claro que eu ia usar os temas mais desconfortáveis para cada jogador. Jogávamos Lobisomem o Apocalipse, que é um jogo ecológico, e óbvio que isso ia abrindo percepções. Jogando D&D, lidávamos com conceitos de moralidade de outras épocas e de visões do papel da mulher.

Fiquei adulta, os grupos de jogo foram mudando, algumas pessoas permaneceram, outras seguiram seus caminhos, mas o tema dos jogos também se adensou. As risadas são muito maiores agora, que somos todos um bando de velhos irônicos. A qualidade da comida melhorou e o número de maços de cigarro em cima da mesa aumentou. Precisamos aprender a dobrar agendas para fazer as sessões de jogo acontecerem, e a tirar o filho de perto quando o tema do jogo está pesado demais.

Mas continuamos aprendendo e nos envolvendo nas tramas. Com um plus.

Minha mesa de jogo é composta por um monte de professores. Nem todos são da área, mas é a maior porcentagem. Curioso que entre todo mundo que eu conheço que jogava RPG na adolescência, muita gente virou professor, se não em tempo integral, pelo menos dando umas aulas livres por ai.

Porque a natureza do RPG está lá na contação de histórias, a forma natural de aprendizagem do ser humano, e por isso professores que jogam RPG manjam dos paranauês do ensino de uma forma orgânica.

O uso do RPG na educação não é novidade pra ninguém. Mas eu acredito que o mais produtivo não é o jogo preparado para passar um conteúdo, e sim as situações que naturalmente surgem nas mesas de jogo. Colocar um grupo para jogar significa pesquisa, discussão, análise, desenvolvimento de estruturas narrativas, conceituação estética, noções de ética, criação de personagens, interpretação...

Mas ai nós temos um outro problema. O problema de que começar do conhecimento que o grupo já tem não basta. Porque rpgistas estão inseridos na sua sociedade: são cheios de atitudes e postaras machistas, homofóbicas, gordofóbicas, imaturas e estão inseridos em uma sociedade alienante. E o que pode ser transformador em um grupo pode ser só reprodução do status quo em outro.

E ai vem o nosso papel como jogadores: o que eu trago para a mesa de jogo?

O que está fora da minha zona de conforto e que eu posso incluir no meu personagem? Quantos personagens não brancos tem na mesa? Quantas mulheres? Quando eu sou o mestre, como eu descrevo conceitos de beleza?

Na minha mesa de jogo, questionamentos ligados à homofobia e preconceito religioso são frequentes. Porque essa é nossa bagagem: um pouco queer, um pouco pagã, reproduzimos nossos questionamentos. Quando um homem cis e hetero faz uma personagem travesti que não é uma caricatura e meu personagem começa a se policiar para não tratar ela no masculino, ou quando um lobisomem é declaradamente homossexual e um dos personagens precisa defender ele diante da sociedade garou, ou quando os personagens decidem que só resta rezar e um personagem ateu clama pelo Monstro do Espagueti Voador, a gente muda um tiquinho que seja os paradigmas de todo mundo envolvido no jogo.Inclusive nas nossas piadas.

Mas até recentemente, meus personagens eram todos brancos. Falha minha. Auto análise, percepção do discurso, e eu comecei a mudar isso. Minha personagem de Shadowrun é uma elfa - mas ela não é uma caucasiana platinada, é uma Navajo. Super dentro do contexto do cenário, onde nativos americanos são uma potência fortíssima no jogo de poderes, e mesmo assim, quedê personagens jogadores indígenas? (Pontos para Pathfinder, que fica devendo no tratamento de imagens femininas, mas tem etnias e orientações sexuais variadíssimas - e personagens femininas não estereotipadas, pena que os desenhistas ainda não absorveram os conceitos do jogo).



Ah, mas é para transformar a mesa de jogo em território ativista?

Não, filhão. É só assumir que viver é um ato político. E por trás das nossas escolhas óbvias, tem algo ali, escondidinho. Uma vida inteira de cultura pop enfiando noções na nossa cabeça. E nós não precisamos reproduzir isso.

Acima de tudo: dá para enriquecer os personagens e o cenário e isso torna o jogo mais divertido, porque menos óbvio.



Não estou dizendo que tudo é as mil maravilhas. Como eu disse, mesmo sendo a única mulher na mesa a maior parte da vida e botando meu feminismo na discussão porque ele é intrínseco a mim, já fiz muita escrotice estereotipada. E não vou queimar na fogueira isso - meus personagens brancos caucasianos de olhos azuis tinham um motivo para estar lá, que tinha muito a ver com o white washing que somos submetidos. Mas quando eu decidi que minha personagem seria dineh, e eu tive que descobrir que os najavo se autodenominam dineh, eu me diverti mais, aprendi um teco de coisas e dei mais profundidade pro meu jogo, tornando ele muito mais rico.

Então, se você joga RPG, diz ai. O quanto você se permite sair da sua zona de conforto?





na imagem - Kira, clériga icônica de Pathfinder, badass até a medula como todos os icônicos, lésbica, não caucasiana e com uma roupa adequada para quem está em combate.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Sobre ser gamer





Eu achava que não era gamer. Ai um dia meu companheiro, que é um cara muito preza, e meu parceiro de nerdices faz tanto tempo que até perco a conta, me disse algo que pode parecer idiota, mas foi importantíssimo: o que importa não é o quanto é difícil: o que importa é se divertir. E que a maioria das pessoas que jogam não jogam tão bem assim. Elas só não assumem isso. 

Eu fiquei pasma olhando para a tela, para o controle do PS3 na minha mão, e pensando em como eu podia ter comprado uma ideia tão babaca - de que eu era menos gamer só porque sou RUIM de verdade jogando. (porque essa é uma mentira que repetem para a gente até a gente acreditar - especialmente quando se é mulher).

E eu parei de encanar e comecei a aproveitar o passeio.

De repente, no meu currículo nerd, eu passei a incluir que sim, sou gamer. Nunca fechei o Sonic do meu Master System, e não tenho tempo para jogar um décimo do que eu gostaria. Mas passo horas discutindo as narrativas de jogos (e sim, eu escolho meus jogos pela narrativa, e não, isso não torna esses jogos melhores ou piores, só os torna os jogos que eu gosto). Não consigo achievements legais no Steam (dois anos de conta e ainda no level 3). Mas eu consigo acertar o smoker toda vez que ele me pega no Left4Dead, e passei tantas madrugadas jogando que uma hora eu comecei a acertar mais os zumbis do que meus amigos, e fora do mundo virtual fazem piadas sobre como todo smoker em cem quilômetros vai atacar meu char porque eu sou uma chaminé de tabaco são uma constante. E joguei tantas horas de Enduro que isso devia ter me rendido um bônus na hora de tirar carteira de motorista (oi Luana!). E eu posso discutir detalhes obscuros de games que acho interessantes e te dar uma aula sobre a Poison, porque bom, ela é a Poison.

Acima de tudo, eu percebi que existe também uma questão de acessibilidade.

Eu tenho disgrafia. E o que isso significa, além de eu ter uma letra feia do inferno e escrever tão devagar que irrita as pessoas (e que sinceramente me impede de ter um aproveitamento real do ato de escrever se eu não tiver um teclado), é que por "dificuldade de integração visual-motora" você pode entender que fazer com que as minhas mãos obedeçam o que meu cérebro diz que eu deveria fazer, seja um head shot claro na tela ou me localizar em um mapa, é mais difícil do que para quem não tem essa dificuldade.

Então, o modo easy é mais difícil para mim do que para você, cara pálida, que tem os músculos da mão e o cérebro trabalhando em sintonia. O meu modo de jogo é quase sempre um nível mais difícil do que está escrito na tela, porque eu tenho um desafio extra: lidar com o fato de que a minha coordenação motora está lutando contra mim (exceto jogos que não exigem esse tipo de coordenação, como RPGs de combate por turno, que eu jogo numa boa).

Claro que eu sou tão cagada que adoro jogo de tiro em primeira pessoa, onde essa dificuldade é mais perceptível. O que me leva ao meu passado com um lança chamas em Return to Castle Wolfenstein (quem precisa de mira? eu vou tacar fogo em metade do cenário e foda-se =^_^= ). 

Não existe uma grande preocupação dos games, especialmente os mais mainstream, de ser acessível. Minha disgrafia é só um detalhe em um universo de outras dificuldades muito maiores que as pessoas enfrentam e que nem por isso deveriam impedir que elas se divirtam com jogos ou se identifiquem como jogadores.Mas de variantes de daltonismo a surdez, a falta de acessibilidade dos jogos é algo invisível para quem não passa por isso.

E eu mesma só me dei conta de que minha "inabilidade" na verdade é um reflexo da minha dificuldade motora muito recentemente. Afinal, a culpa de ser ruim jogando era minha e só minha...

O fato é que mesmo continuando difícil, eu passei a me divertir muito mais quando parei de me culpar e assumi que ok, faço o melhor possível com o pouco tempo que tenho para treinar e os músculos que tenho nas mãos. E por outro lado - que exercício ótimo para melhorar minha relação com a disgrafia que é jogar! É um exercício que eu faço sem perceber - o que nos leva ao potencial terapêutico e pedagógico dos games, que eu vou discutir com mais atenção outro dia. Estou de férias, afinal.

Eu escuto muita gente dizendo que não gosta de rótulos e que mimimi. Eu gosto de identidades, porque em um mundo onde tudo é feito para obliterar sua individualidade, especialmente uma individualidade que não se adequa ao que todo mundo faz igualzinho, esses títulos são pontos de apoio que ajudam a gente se se impor. Nomear nossas identidades é um exercício de auto-afirmação e uma forma de expor ao mundo que existimos.

Quando eu digo que sou gamer, eu crio um elo com aqueles meus alunos que descobrem que podem discutir mods de Minecraft comigo - o que me faz um adulto muito mais confiável e ajuda barbaramente nossa relação. Quando digo que sim, sou mulher e gamer, eu transformo isso em um ato político e de afirmação de gênero.

Existe uma linha muito tênue entre "eu não gosto de rótulos somos todos humanos" e a negação de identidades dissonantes. Então, sim, eu assumi também esse rótulo (assim como assumi o rótulo de nerd) porque vivo em um mundo onde antes de ser lida como humana, sou lida como mulher, sou lida como branca (mesmo não sendo), sou lida como nerd, sou lida como queer, sou lida como N coisas.

E os games estão ai. Expondo ou colaborando com as construções sociais.

Então sim, eu sou gamer. E tenho orgulho disso.



foto de poser querendo pagar de gatinha 
dizendo que joga. 

(beijo prozinimigo,
tirei a foto porque tava 
me achando  poderosa
mesmo com o headphone novo.)


sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Um artigo bacana... sci fi conteporâneo

A Inês pessoa linda que manja dos paranauês, me mandou esse link - Future worlds: the sci-fi you will be reading in 2014, que eu compartilho com vocês sobre livros que a gente pode ouvir falar esse ano, e sobre como a ficção científica está cada vez mais enxergando que nããããão, não tem sentido em um futuro pensado por homens brancos de meia idade, norte americanos ou ingleses.

Tem um mundo enorme aqui de gente criando futuros, distopias e utopias.

Leiam o artigo (em inglês) e quem sabe assim como eu não acrescentam mais uns livros na lista de leituras desse ano.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Este blog está em construção...

...e vai continuar em construção para sempre.

Não espere nenhuma certeza aqui. Blog como se fazia no sentido original do termo... sem intenções de dominação mundial ou de lucro.

Só um lugar para eu escrever minhas nerdices. Minhas tranqueiras, colecionismo, os eventos que eu vou, filmes e livros e séries que gosto...rpg, música, processo criativo, tarô... tudo com que eu tenho uma relação nerd.

Não espere saber de novidades por aqui. Só espere saber o que está na minha cabeça nesse momento.