quarta-feira, 12 de março de 2014

10 seriados marcantes na minha vida

Fui marcada em um meme no facebook de 10 melhores seriados. Demorou, mas aqui vai. Lembrando que amanhã a lista poderia ser completamente diferente...


Eu comecei a ver seriados quando era criança. Minha mãe sempre foi a nerd dos "enlatados americanos" (que eram na maioria canadenses, rs), e eu meio que acompanhava. Acho que o primeiro seriado que balançou minhas estruturas no sentido de entender o que era ser fã foi Arquivo X. Eu tinha nove anos e tampava os olhos nas cenas assustadoras.

Mas não vou incluir ele na lista pq eu realmente fiquei desapontada com os últimos anos da série... e porque hoje eu pensei nessa lista aqui ó:


1- O Homem da Máfia (Wiseguy)


Vinnie Terranova era um agente infiltrado, mas também era nosso mafioso preferido. O seriado tinha essa coisa nebulosa de até onde ia o disfarce e o envolvimento pessoal do Vinnie com a comunidade. E tinha o LoCocco. Que era mal, mas era bom, entende, e personagem do nosso arco favorito do seriado.Cada arco o Vinnie se infiltrava numa merda diferente e a gente acompanha todos os assassinatos, suicídios, tiroteios e traições. Até hoje a gente ainda fala desse seriado. E Dom Aiuppo era a estrela do nosso outro arco favorito: por favor, o padrasto do personagem principal era um chefe da Máfia, como a gente não ia gostar disso? A abertura do seriado era fantástica, aliás, e me lembro dela em detalhes até hoje.





2- Anjos da Lei (21 Jump Street)



Assumo. Eu era apaixonada por metade do elenco. Mas por incrível que pareça, não era Johnny Deep na pele do Tom Hanson o homem com eu queria me casar personagem preferido. Eu tinha um treco cada vez que o Dustin Nguyen, o Harry Ioki aparecia na tela. Não vou mentir e dizer que eu super me lembro do seriado. Lembro que tinha aquelas lições de moral que te dão mais vontade de usar drogas do que de fugir delas típicas dos anos 80, e era dramático. Eu adorava aquele drama todo, aquela angústia toda. Sabe, somos jovens, a vida é uma merda, drama-drama-drama. Mas além das paixonites, de me fazer curtir seriados policiais e ter uma trilha sonora que eu adorava, me motivou a escrever minha primeira fan-fiction, que ufa, não existe nem em sonho de registro. Mas foi importante no processo.

Ps- não me falem daquela blasfêmia de filme que em teoria teria algo a ver com o seriado.

3-Maldição Eterna (Forever Knight)

E foi assim que eu comecei a gostar de vampiros.

Pronto, fim acabou. Precisa de mais? Eu tenho até tatuagem motivada por esse amor todo por coisas de vampiros, o fato dele ter sido o primeiro seriado de vampiros que eu me tornei fã devia bastar né.

Ok, ok, talvez você estivesse em outra dimensão nos anos 90 e nunca tenha visto o policial vampiro cujo carro tinha um porta malas a prova de sol. 800 anos de assassinatos fizeram com que ele se cansasse, e virasse detetive investigando assassinatos. Ele não bebia sangue humano e lutava contra seus instintos vampíricos, mas isso era o legal: não era "sou um vampiro vegetariano" era "sou um monstro e a qualquer instante posso perder o controle e matar alguém". Especialmente, LaCroix, aquele lindo, ficava tentando levar o Nicholas de volta pra sua pós vida de assassinato e era um personagem que a gente adorava.

O final nunca passou no Brasil, aliás, pra que passar a série na ordem, né, veja bem.

4- A Bela e a Fera (Beauty and the Beast)

Um dos roteiristas era o George Martin. A maquiagem era incrível, os personagens cativantes e os roteiros muito bem escritos, os cenários ficaram na memória pra sempre. Eu gosto de um drama, e gosto de aventura, e gosto de fantasia. A ideia de uma vida subterrânea debaixo da cidade então, não tinha como não amar.


Quando vejo as  fotos do Vincent, vejo que o seriado envelheceu bem: a maquiagem ainda é grotesca e sedutora.


E, novamente, não me falem da pseudo refilmagem horrorosa.

5- A Gata e o Rato (Moonlighting)

Eu me lembro do Bruce Wyllis e me lembro que as roupas de todo mundo tinha ombreiras enormes.

Era pequena demais para realmente acompanhar a série, mas havia todo um zumzumzum na casa, de todo mundo parar o que estava fazendo para assistir A Gata e o Rato. Lembro que tinha armas, que os adultos riam de piadas que eu não entendia, e que era muuuuuuuuito legaaaaaaaaaal.

Podemos dizer que foi onde se plantaram as raízes pelo meu posterior gosto por séries.



___________

 Aqui a gente muda o rumo da prosa. Porque eu sou maníaca por ficção científica, space opera, drama espacial, qualquer-coisa-com-naves-ou-robôs-ou-aliens. Essas são as séries que eu assisto e reassisto e vejo de novo e que você vai achar referências por todo lado da minha casa, da minha vida, dos fandoms de que faço parte.


6-Star Trek

 Star Trek não é só a coleção de seriados e filmes mais incríveis da Terra. É uma visão de mundo, uma filosofia de vida. É acreditar que a gente pode fazer as coisas pelo bem comum, viver aventuras conhecendo outros mundos, e onde ser humano não é o padrão.

Tenho episódios e personagens preferidos em cada uma das séries. Tom Paris, em Voyager, e Bones, na série clássica, não podem deixar de ser citados. Picard não conta: ele é mais que um favorito, é uma referência geral.

Dá para dizer que Star Trek ocupa um lugar de destaque na minha vida, e não é só pelo delta de um metro de altura em cima da porta da minha casa, ou o Kirk dando uma bica no peito do Khan em cima da escrivaninha. É porque eu tenho uma dívida de vida com o Rodenberry por tudo que ele criou. Posso considerar que, junto com o Mark Hein Hagen, ele é meu santo casamenteiro.

Meu filho não se chamou Jean Luc por muito pouco.

E eu me mantenho uma purista: por favor, não me falem desses filmes novos horrorosos, sem pé nem cabeça.



 7-V

Vixe, política, alienígenas, reptilianos... como não amar V?

Série clássica, que todo mundo devia ver na vida.


8-Firefly

Eu não vou dizer nada. Eu só vou pedir para tod@s cantarem:


)

Eu poderia passar a noite aqui e não ia conseguir dizer tudo que tem de incrível nesse seriado.

9-Comando Espacial  (Space: Above and Beyond)

Essa tradução de nome miserável tornou um inferno para mim para explicar para as pessoas do que eu estava falando por uns anos. (nem sempre houve um google e uma wikipedia facilitando a vida, sabe).
Eu adorei cada episódio, cada personagem, cada nave. Eu fácil considero Space: Above and Beyond, por tosca que fosse, como uma série formadora para mim.

Sabe aquela coisa de representatividade? Eu estava olhando para a tela e vendo uma mulher piloto militar liderando tretas. Não dá para explicar a importância disso, mas eu queria ser a Capt. Shane Vansen.

Acho que um pedacinho de mim ainda está sentada naquele cockpit de Hammerhead, esperando a segunda temporada que nunca veio.

Plus: a caneca do USS Saratoga foi a primeira coisa de um seriado que eu desejei. Com uma vasta coleção de memorabilia, continuo sem ter nem uma pecinha de S:A&B e desejando aquela caneca. 

10-Battlestar Galactica

Uma palavra:

Cylons.

E eu preciso publicar isso porque já faz muito tempo que eu estou escrevendo,rs.

Mas é uma série que está na lista das que eu vi desde pequena e que formaram meu gosto por sci-fi.  É o tipo de coisa que eu comecei vendo com meu pai e terminei vendo enquanto cuidava do filho, sabe. Parte do pano de fundo da vida, está gostar de Galactica.

E bom, a série nova é quase legal. Exceto que porque o Boomer não é o Boomer, Starbuck não é Starbuck (e o menor problema foi a mudança de gênero) e outras atualizações imbecis, o Adama ainda é foda, e tem uns combates loucos. Mas não é a mesma coisa. Fico com a antiga.



E é isso. Um pouquinho dos seriados mais marcantes. Optei por não colocar o que tá rolando agora, porque esses eu ainda tenho que absorver. Daqui a dez anos te digo o quanto eles foram marcantes.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Rabiscos depois de terminar de ler a Trilogia do Sprawl

Poucas coisas me fazem desligar meu computador. Basicamente, só livros me fazem desligar isso aqui.

Entendam: não é a toa que eu gosto de literatura cyberpunk. Eu sou o tipo de pessoa que estaria na fila de voluntários para abrir um buraco no crânio e colocar um datajack se eles dissessem hoje que era uma possibilidade. Não sou um cowboy, um jóquei de console. Nunca vou ser mais que um usuário bem informado. Mas sou apaixonada pela coisa desde que sentei na frente daquele computador e uma poeta fantástica e com uma loucura sutil que poderia ter saído de um romance desses sorriu para mim e disse "Divirta-se".

Era 1996 e eu ganhei a internet. Em um ano onde tudo que importava foi roubado de mim e eu passei a me alimentar de vazio, eu escrevi em uma tela escura o que seria meu primeiro nickname e passei a habitar um universo. Então, é, eu não desligo meu computador a toa. Eu não fico longe da rede, eu não fico longe dos meus programas e não fico longe do som do cooler e da vibração sutil de uma máquina se eu puder evitar.

Mas livros. Cara, certos livros são o mais próximo possível que existe de se plugar na Matriz, hoje. Porque eles são ilusões sensoriais. São construtos, são alucinações consensuais. Só que são um ponto fixo no tempo. Um dia, nós vamos poder mergulhar em dados, mas por enquanto, o máximo que temos é um retrato pausado do que seria isso.

Fileiras de letras. A rede não é mais que isso, sabe, quando você olha de perto. Mas ao contrário da lógica de programação, os livros estão na linguagem que eu domino.

Li Neuromancer pela primeira vez muito tempo atrás. Não sei precisar ao certo, mas foi uma tarde quente e eu lembro de acabar com o maço de cigarros, acendendo um a cada vez que alguém acendia um no livro e muitos mais a cada momento de tensão.

Difícil explicar o fascínio que aquilo me trouxe, o arrepio frio que correu pela minha espinha e como eu sentei na janela olhando o cipreste se mover lento com o vento, fumando um último cigarro enquanto deixava a paixão que senti por Molly Millions evaporar no ar.

Hoje é noite e o ar está frio e parado, e a neblina me faz pensar na frase que abre Neuromancer. O cipreste está morto. Nenhum vento agita a pitangueira, mas meu olhar é tomado pelos fios, dezenas de fios, que correm no alto da rua, enchendo meu campo de visão.

Mais uma vez, deixo o fantasma de Molly evaporar no ar enquanto tento retomar contato com a realidade.

Ontem li Count Zero, e é provável que tenha sido um dos melhores livros que eu li na minha vida. Hoje, li Monalisa Overdrive e fechei a trilogia.

Difícil explicar porque demorei tanto tempo para ler os dois. Na real, eu tinha um medo cagado de que aquela feitiçaria que Neuromancer fez comigo fosse quebrada. Que os livros não fossem bons o bastante, sabe.

Ai os livros quase cairam em cima de mim e eu li os dois essa semana.

Deixa eu dizer uma coisa: a gente não deve ler livros como quem usa uma dose de drogas estimulantes. Mas é o que eu faço. Leio com uma voracidade obcessiva. Leio muito rápido e mergulho fundo, o que causa essa reação depois de um livro intenso.

Pior quando são assim, um depois do outro.

Ou seria melhor?


Eu poderia tentar fazer uma análise fria da obra do Gibson e de todos os motivos pelo qual eu gosto muito dela. Que envolvem shurikens, a criação de um universo profético, personagens femininas com um grau de complexidade admirável e loas.

Mas nesse momento, eu só fico desejando trodos nas minhas têmporas, para eu poder escrever mais rápido, desligada do ambiente em torno, os dedos dançando no teclado do console. Ops, é o que eu estou fazendo, não é? Escrevendo mais rápido do que posso pensar em editar, tentando capturar: uma sensação.

A sensação de ter lido algo que parece derreter seu cérebro e seus sentidos.

Não tenho trodos ou sinsense, mas faço o que posso com as ferramentas a mão.

Um livro.  Um maço de cigarros. Um isqueiro de metal vermelho, e a tela escura com letras em fósforo verde do meu editor de textos. (sim, eu sou dessas. meu editor de textos remete de todo modo possível ao meu velho e inigualável wordstar que eu rodava no DOS até o dia em que não consegui mais uma impressora que fosse compatível.)


 Fico imaginando se vou reler esses livros do mesmo jeito que fiz com Neuromancer, até ter as palavras gravadas na memória.

é.

Apago o cigarro no cinzeiro prateado, as bordas com pequenas bolhas de ferrugem. Copio o texto para jogar na plataforma do blog.

Apago as luzes da varanda, vendo o título dos livros nas capas escuras iluminadas pelo sódio das lâmpadas da rua.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Dia de promoção na Terramédia (Devir)

A gente abriu o Nerdaval jogando Shadowrun, na sexta a noite, e seguimos direto de manhã no Bloco Carnavalesco dos Zumbis da terra Média para irmos para o dia de promoções na Terramédia. 

Sabe que a Devir não tem como não ter uma relação de amor e ódio, né. Pouco de amor, muito de ódio.

Rolou uma nostalgia. Aquele lugar é parte da minha história. Ouvindo as pessoas falarem sobre as várias encarnações da loja, a gente ficou lá, o sábado inteiro dividindo lembranças.

Mas o ruim é que ficamos lá esperando por SEIS horas para poder passar no caixa com os livros que compramos. Eles tiveram que distribuir senhas porque só tinha um caixa, e eles como sempre demoravam um tempo gigantesco para cada atendimento. Os caras são muito enrolados. Muito.

Então eu esperava sair de lá pela uma da tarde e morrer de dormir até o sábado a noite, e fiquei lá das dez e meia até mais de cinco da tarde... *suspiros*

Comprei um bocado de coisas divertidas, mas quase nada do que eu tinha planejado.

O lado bom é que estou com Count Zero e Monalisa Overdrive, entre uma dúzia de coisas (incluindo presentinho para amigo e livros pro filho recém iniciado nas maravilhas do RPG, e isso tbm rende um outro post). E eu tenho um amor por Willian Gibson que não tem tamanho.

Comprei o Um Anel, para ver qual é a dele, e o kit do narrador de Jogo dos Tronos. (não vou mais poder fugir de mestrar esse). 

Pegamos dois suplementos de Star Wars que ainda faltavam, um Castle Falkenstein porque é Castle Falkenstein.

E o amor amor foi comprar o action figure jogável do Shadowrun Duels. Peguei o anão rigger, muito fofo, e o Ragabash pegou o street deacon.


Pois é. Fecha-se um ciclo. Vamos ver o que eles vão inventar depois dessa reforma... mas ainda fico com a imagem de uma Sarah Helena novinha de tudo subindo a escada e olhando o poster dos Vingadores, comprando suplemento de Vampiro e babando no Tarot Vertigo... em uma época onde comprar pela internet era uma realidade distante.

E meus primeiros trampos, né. A long time ago, in a galaxy far away... mas essa história eu conto outro dia.

Nerdaval

Tradição doméstica: aqui, Carnaval é Nerdaval. Só os perdidos jogando RPG, games, bebendo igual idiota e comendo besteira.

Porque reclamar do que os outros estão fazendo dos seus dias livres é fácil. Mas a gente preferiu ressignificar, e curtir do nosso jeito.

Então, estou aqui, nessa madrugada de terça feira gorda pra quarta de cinzas, tomando saqueirinha de morango e discutindo vlogs e podcasts, animações alternativas e até o Oscar.

E é bom. Muito bom.